A tristeza por trás da vergonha

A sensação de vergonha chega a ser uma das coisas mais tristes que alguém pode demonstrar.

Sabe a sensação de “esconder-se” por ter vergonha? Exatamente.

Isso me lembra dos textos escritos na Bíblia que falam sobre o casal primordial que, logo depois de pecar, tentou se esconder de Deus por estar sentindo vergonha.

Quando vi uma pessoa tentando se ocultar de mim, foi nítido o sentimento que aquilo pôde demonstrar.

Não sou autarquia nem autoridade, sou apenas um humano falho como qualquer outro. Mas, sabendo do rumo que muitas coisas tomaram, pude constatar muito do sentimento negativo preso em outra pessoa, o qual foi expresso por meio da vergonha e da auto-ocultação.

E, sendo bem justo, esse sentimento não é somente para comigo, mas também para com a própria pessoa em si.

Independente de qualquer coisa, minha prece sempre vai se embasar na Oração de São Francisco.

Essa oração não exalta o “eu”, mas sim nos traz um lembrete de que, em Cristo, podemos levar para o nosso redor aspectos positivos. E assim eu clamo:

Que eu possa entender mais, acolher mais. Que eu possa pedir mais coisas positivas.

Que eu esqueça o rancor. Que eu seja um instrumento de Vossa Paz.

Se houver ódio, que eu possa levar amor. Se houver ofensa, que eu sempre leve o perdão.

Na discórdia, que eu leve a união. Na dúvida, que eu leve a fé.

Se houver um erro, que o Senhor me permita levar a verdade. Quando houver desespero, que eu possa levar a esperança. Na tristeza, que eu leve a alegria. E, se houver trevas, que eu possa levar luz.

E que, antes de mais nada, eu busque mais o outro do que a mim mesmo. Que eu busque mais consolar do que ser consolado.

Que, mesmo na minha ânsia humana de ser compreendido, eu possa compreender mais! E que meu amor possa ser maior que meu desejo de ser amado…

Se eu der, o Senhor vai me permitir receber. Se eu perdoar, eu vou poder ser perdoado! E, se eu morrer, assim vou poder alcançar a vida, a magnífica vida eterna!

Não sou perfeito, nem nunca serei. Mas, cada vez mais, quero poder entender minha imperfeição. Quero, cada vez mais, me dar conta da minha insignificância perante o universo.

E isso não é para que eu me desmotive da vida, mas sim para que eu dê mais valor à oportunidade de poder estar aqui, mesmo eu sendo apenas um mero humano!

Nada do que nos deixa tristes é maior que a vida. Nem mesmo quando engolimos nosso “orgulho” será uma sensação maior do que a de estarmos aqui.

Ver a vergonha daquela pessoa me faz perceber que a vida é muito mais do que esse sentimento.

Se eu fiz, ou se qualquer outra pessoa fez, algo negativo, algo digno de nos fazer querer “ocultar” como Adão e Eva, eu digo que nem isso deve ser um impedimento para desistirmos de seguir sempre adiante.

Definitivamente, aprender com nossos erros e dificuldades é o que nos proporcionará cumprir as preces que São Francisco fez a Deus.

Eu não esperava fazer esse tipo de reflexão hoje, mas, depois do que vi, essas coisas não saíram de forma alguma da minha mente.

Me sinto bem por ter minha consciência tranquila, ao mesmo tempo que também me sinto triste por saber que há pessoas ao meu redor que não conseguem lidar muito bem com as adversidades da vida.

Eu não sou profissional nisso, mas peço sempre que Deus me inspire a evoluir!

Amém.