Meu gosto por One Piece
Já não é de hoje que sou fã pra caramba de One Piece. Sério, é realmente uma das obras que praticamente sempre acompanhei desde que comecei, sem pausas. Então vou aproveitar para contar a vocês como começou esse meu gosto.
Acho que, por conta da minha faixa etária, desde criança tive bastante contato com os desenhos que passavam na TV, principalmente na saudosa Rede Globo. Era basicamente o período em que eu ia para a escola de manhã, e quando chegava em casa era bem na hora em que estavam passando os desenhos. Aquilo era um entretenimento incrível para uma criança de 8 anos.
Lembro que, na época, passava de tudo, e eu com certeza via um pouco de tudo. Mas, se você viveu essa época, com certeza vai lembrar que nem sempre a gente conseguia assistir aos desenhos do início ao fim. Isso eu digo em relação às sagas, à história do desenho propriamente dita, até porque a Globo exibia os episódios de forma totalmente aleatória: uma hora passava um episódio do começo, em outra colocavam episódios lá do final, totalmente fora de contexto.
Mas, mesmo assim, a gente se engajava com aquelas histórias fantasiosas. Era incrível. Assim fui seguindo, e lembro que, quando a Globo começou a reduzir a exibição de muita coisa desse tipo, às vezes a gente tentava ver o que passava nos outros canais. Em uma dessas vezes, acho que mudei para o canal RedeTV e estava passando a abertura de um desenho absolutamente feio, totalmente insano, que não dava pra entender nada. E sim, era One Piece.
Aquela memória ficou na minha cabeça, e, mesmo com o tempo passando, sempre que minha mente pensava em algo relacionado a desenhos e histórias, eu lembrava que literalmente não queria nem sequer chegar perto daquele negócio. Muito feio, totalmente sem sentido.
Porém, fiquei longe desse tipo de coisa por muitos anos — pelo menos até chegar à faculdade. Nessa época, literalmente eu só existia para fazer aquilo, então era relativamente fácil fazer o que tinha que ser feito e pronto. Tirando aquela obrigação, literalmente não restava mais nada para fazer.
Foi nessa época que basicamente fiquei entediado pra caramba, e por causa disso pensei: “poxa, preciso passar meu tempo com alguma coisa”. Eu já sabia o básico de programação, mas era só pra brincar, nada sério. Jogos eu até que gostava, mas jogar sozinho sempre foi uma experiência ruim pra mim. Então lembrei: “seria legal pesquisar aqueles desenhos que eu via antigamente e, talvez, ver como a história deles se seguia”.
Dito e feito! Literalmente comecei a pesquisar e fui atrás de muitos. Passei por desenhos ocidentais — os cartoons — e pelos orientais — os animes. Lembro de ter visto Digimon, aquele desenho do Jackie Chan, Dragon Ball e muitos outros. Aí, quando já tinha visto um monte, eu ainda estava entediado, então precisava ver mais outro. Nesse ponto lembro que já tinha pesquisado sobre assistir Naruto, mas tinha “muitos episódios”. Realmente, essa característica me desanimava, mas não teve jeito: o tédio estava tão grande que resolvi assistir mesmo assim.
O impressionante foi que, quando menos esperava, já tinha assistido a todas aquelas centenas de episódios — acho que são uns 700. E nessa época eu nem sequer sabia o que eram fillers, então assistia a tudo. Sinceramente, hoje vejo que Naruto foi muito desperdiçado no anime, muito por causa desses fillers absurdos…
De qualquer forma, cheguei ao ponto de ver a série inteira umas duas ou três vezes, e mesmo assim continuava com tempo livre. Era impressionante. Mesmo tendo aula na faculdade das 08h às 14h, sobrava um tempo absurdo para eu fazer minhas tarefas e ainda assistir desenho.
Acho que muito disso se deve ao fato de que eu não tinha muita companhia — na verdade, não tinha companhia nenhuma além dos familiares com os quais morava. Praticamente nunca fazia nada diferente ou saía de casa, não por falta de vontade, mas porque eu simplesmente não tinha amizades. Muito do que me salvava era o grupo de cubo mágico que eu encontrava às vezes. A gente dava boas risadas; era muito legal interagir com aquele pessoal.
E assim fui vivendo, e com todo esse tédio, um pensamento passou pela minha cabeça: “E se eu assistisse aquela aberração…?” Sim, eu estava me referindo a One Piece kkkkkkk.
Interessante que, nesse ponto, eu já estava meio que “engajado” na internet com esse tipo de coisa. Então já apareciam anúncios, vídeos recomendados, posts, etc. Aparecia muita coisa de anime pra mim, e certamente entre elas acabavam surgindo conteúdos sobre One Piece.
Não que isso tenha despertado minha curiosidade, mas foi o suficiente para me fazer lembrar daquela memória de criança vendo aquele desenho estranho, feio e caricato demais.
Interessante também que esses conteúdos de One Piece que apareciam para mim vinham acompanhados de muitas opiniões, comentários ácidos e esse tipo de coisa. Sempre via gente falando bem e gente falando mal. Por exemplo, tinha quem dissesse: “Ah, One Piece é só luta e pancadaria”; outros falavam: "One Piece tem uma história legal", e por aí vai. Eu precisava ver por mim mesmo.
Aliás, isso me lembra que foi nessa época que comecei a “desenvolver” meu pensamento crítico. Graças a Deus, nunca fui alguém absolutamente influenciável por opiniões — principalmente de gente que nem sequer é da minha família, tipo aleatórios da internet. Acho, inclusive, que esse lance com One Piece foi uma das coisas que me ajudaram a lutar contra qualquer semente de “ser manipulado”. Mesmo não sendo perfeito nesse ponto, com certeza esse foi um fato que me ajudou bastante a ser menos pior.
Mesmo assim, apesar de tudo isso, ainda fiquei bem relutante em ir atrás. Só que eu estava tão entediado que não teve jeito. Lembro de ter feito umas duas tentativas de acompanhar One Piece, e como até hoje não gosto de coisas sem ser dubladas, tive muita resistência para ver legendado, já que o anime não tinha dublagem disponível na época.
Só que deixei isso de lado e fui assistindo. Lembro até hoje de falar mal pra caramba daquela “porcaria” lá pelo episódio 1 ao 4, mais ou menos. Mas quando chegou no episódio do cachorrinho Chouchou, eu literalmente fiquei impressionado comigo mesmo por estar TOTALMENTE engajado com aquela pequena trama e torcendo pro Luffy encher o Buggy de porrada kkkkkkk.
Foi impressionante. Engajei tranquilamente na história e, por incrível que pareça, foi por causa de um filler que eu decretei One Piece como bom. Foi num episódio daquele arco de um dragão aleatório, que tinha uma menininha com o poder de falar com os animais. Ela meio que se comunicava com o dragão e tal — nem lembro direito.
O ponto é que, em um dos episódios desse arco, teve uma cena em que essa garotinha foi salva pelo navio do bando do Luffy e, se não me engano, ela quis tentar ajudar o grupo em algo. Ela tentou “cozinhar” um almoço e fez uma comida totalmente estragada e queimada. Todos os outros personagens fizeram cara feia para aquilo, e obviamente ninguém comeu. Mas, quando a câmera muda de lado, lá está o Luffy comendo tudo e enchendo a pança. Caramba… sinceramente, até hoje não sei exatamente por que aquilo me fisgou tanto. Não sei se foi por ter sido engraçado ou por aquilo ter evocado em mim alguma memória esquecida sobre gratidão e alegria por ter o que comer. Ou talvez ambos. Só sei que aquilo foi impressionante, e desde então eu não parei mais de assistir.
Dali em diante, vieram muitos outros momentos épicos na história que vou contar a vocês em outro post. Mas, sinceramente, acho que já deu pra perceber como tenho um carinho enorme por essa série. Certamente desde 2013 (eu acho) venho acompanhando One Piece, e hoje já acompanho o mangá semanalmente. Fico por dentro das teorias, converso com amigos que também gostam e sigo acompanhando. De lá até aqui, aprendi bastante e consegui desenvolver muitos sentimentos relevantes pra minha vida pessoal enquanto acompanhava essa história magnífica de Eiichiro Oda!